sábado, 21 de marzo de 2009

21 de Marzo Día Mundial de la Poesía


En cualquier momento pero especialmente hoy os recomiendo un paseo por esta página www.lyrikline.org , cientos de poetas de todas la lenguas se asoman a nuestro sentir desde el suyo, trueque perfecto me parece en un mundo imperfecto.

BUSCO TU PIEL INCONFESABLE de Antonio Gamoneda

Busco tu piel inconfesable,
tu piel ungida por la tristeza de las serpientes;
distingo tus asuntos invisibles,
el rastro frío del corazón.
Hubiera visto tu cinta ensangrentada,
tu llanto entre cristales y no tu llaga amarilla,

pero mi sueño vive debajo de tus párpados.

NO HAY HILO QUE DESCRIFRE de Clara Janés

No hay hilo que descifre
el laberinto del mar,
que no es trayecto el mar;
que esbozo es de lo invisible el mar,
condensaciones, tendencias;
que siempre es pasado el mar,
origen, materia madre,
sin forma, sin sombra, el mar;
que es deseo puro el mar,
pura posibilidad.


ETERNITAT de Anna Montero

podria dir-te aquesta nit
que el temps no passa,
que no s'escola la llum
al cor de la llum,
que viurem en el recordi
serem paraula en altres llavis.
podria dir-te que no creix l'oblit
ni el silenci a les avingudes
solitàries, que el foc ha cremat
la brossa quotidiana,
que no s'esborren els camins,
i sempre bategarà una mar
darrere del darrer horitzó.
podria dir-te aquesta nit
que totes les nits se'ns assemblen,
que el temps dels rius
retorna amb cada plujai cada núvol
porta el record
dels peixos més foscos
fins a la llum primera.


HE HABITAT LA TEUA PELL de Anna Montero

he habitat la teua pell,
els teus somnis.
enllà de tu i de mi
una nostàlgia de vells horitzons
s'insinua.
des de la llum més incerta
veurem passar les nits, els dies,
la fosca i les distàncies.
veurem passar el seguici
dels absents,
i la por ens mirarà per la finestra.
he habitat la teua pelli
els teus somnis
i dins la casa hem bastit
una estança o un riu
que ens porta
vers altres somnis
que potser ens somiaran
fins a la mirada última.

POEMA SURDO de Bernardo Pinto de Almeida

Chega a noite e surpreende
no meio do silêncio um longo bater de horas
num relógio que não ouves
mas desde sempre acompanhou todas as noites
num corredor que apenas vias
na obscuridade: o exacto retrato do teu medo
esse bater de um coração que traz o tempo
move o tempo
e mecânico
te retira em face da presença da morte
a escolha clara.

Segues caminhos vários
como sempre
todos eles conduzem até um rio inesperado mas de sempre conhecido
tal a tua sombra
tal a tua tumultuosa sombra de que foges
e procuras
como se apenas em vários movimentos
pudesses coexistir contigo mesmo.

Mas onde a doce escolha
a luz
a que haveria de trazer para debaixo dos teus olhos cansados
o acertado movimento
que os não conduzisse sempre para a cegueira?

Disse-o antes:
o amor sem amor devolve-te a ti mesmo
e tudo o que apenas se passou
insiste no horizonte dos teus olhos
e bate como se tivesse já acontecido há muito mais que cem anos
tens dentro de ti um século
e no entanto nada em ti se esqueceu
nem um vago momento rasga
a fotografia breve daquilo que foi
tudo parece impresso e és tu o papel
emaciado.

Queres dar sentido ao que não tem sentido
ou perceber um rosto no que já não tem rosto
e frágil pela noite que ainda te inunda os olhos
ver um fio condutor que lá não está.

E tudo à tua volta te desmente
nem a palavra exacta te soa nos ouvidos
nem a boca acompanha a forma das palavras:
como num filme mal dobrado as palavras descoincidem
com os movimentos dos lábios se estes falam. E tudo
te parece por dentro paisagem devastada
que semente alguma
o vento ainda trouxesse a visitar.

Há um tribunal em que és o réu e o advogado
e as testemunhas todas que perpassam
e és também o estrado e a balaustrada
e o juiz circunspecto que te escuta:
e o crime de que te acusam
jamais o perpetraste
mas ainda assim confessas
e pedes o castigo
para que nada reste do que foi a liberdade
para que de ti apenas fique um registo esquecido
num arquivo poeirento que jamais alguém visitará.

E pergunto-me o que havia no teu rosto
que animal demente prenunciava
na sua a voz mortal que preparava
entre sonhos o sem fim e sem lamento.


DESTINO de Paolo Ruffilli

È in quel remoto soffio
dentro al cuore
che ognuno riconosce
il suo destino.
Il sogno più proibito:
l'idea di un infinito
perfino quotidiano,
lasciato in sorte
al corpo dell'amore.
Arreso e imprigionato
per conservare intatto
il suo sapore,
sottratto al vuoto
tenuto tra le cosce
a lungo, invano,
come l'acqua
che scivola comunque
dalla mano.


DESIDERIO de Paolo Ruffilli

Penso di me
che frugo con la mano
il corpo arreso e
aperto a ogni assalto
e ascolto intanto,
teso sul tonfo
del tuo cuore,
la voce che cigola
e che stride
pronunciando:
"amore".
Penso di me che
conto pianoogni anfratto e appiglio
scoperta e nascondiglio
tuo di me che punto
e mi assottiglio
e cerco e inseguo
misurandola sul serio
la causa
di tanto desiderio.

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